‘Queria falar para todo mundo sobre como a cannabis me ajudou’

Depois de desenredar um cancro de peito, ela percebeu que a cannabis foi o melhor remédio para os enjoos, cansaço e dores causadas pelas sessões de quimioterapia

‘Queria falar para todo mundo sobre a cannabis’, diz paciente que passou por um cancro

Em 2023, Ana Silveira de 36 anos, passou a utilizar a cannabis medicinal depois que começou a fazer quimioterapia. Ela já havia ouvido falar que a vegetal podia amenizar os sintomas e as dores, mas não imaginou que pudesse ajudar tanto. 

Hoje, indica o óleo para todo mundo que conhece. “Contava para todo mundo no hospital”, lembra. 

O cancro de peito foi um susto na vida de Ana Silveira, que de uma hora para outra, se viu em uma sala de quimioterapia vermelha.  Com enjoos e sem conseguir se fomentar, resolveu apostara cannabis porquê tratamento. 

O cancro de peito é o principal tipo de cancro em mulheres no Brasil, com um prolongamento de 25% no número de novos casos todos os anos. Para se ter uma teoria, espera-se que sejam diagnosticados mais de 73 milénio novos casos somente em 2025.  

E não tem para onde decorrer. O tratamento quase sempre requer sessões de quimioterapia e radioterapia, que provocam efeitos indesejados, porquê enjoos, náuseas fraquezas e dores pelo corpo. 

Apostando na cannabis 

A diretora criativa ouviu falar sobre o uso da cannabis com uma amiga mal descobriu que precisaria fazer o tratamento. Porém, mesmo não sendo uma pessoa preconceituosa, a cannabis só veio depois que o mal-estar das quimioterapias fizeram segmento da sua rotina.  

E quando viu a quantidade de medicações que teria que ingerir para amenizar os sintomas.  

“Na minha primeira consulta com a oncologista, ela me deu um monte de récipe de remédio. Eu saí assim, com uma sacola enxurrada de remédio. Eu nunca vi tanto remédio na minha vida. “Aí eu pensei: eu não posso tomar esse tanto de remédio, porque vai me intoxicar”, lembra. 

‘Queria falar para todo mundo sobre a cannabis’, diz paciente que passou por um cancro

Na verdade, ela tinha as suas dúvidas sobre a efetividade da cannabis, uma vez que nem os remédios tradicionais estavam ajudando. Quando se tem cancro, muitas pessoas apresentam vários tipos de tratamento que veem na internet ou ouvem falar. Por isso, Ana tinha um claro receio.  

“Ela [a amiga] me mandou um vídeo no YouTube que falava da maconha. Aí eu assisti. Ele explicava sobre os benefícios e eu fui procurar mais a fundo. Achava que encontrar um médico que prescrevesse fosse uma burocracia, mas não foi”, conta.  

Por isso, resolveu testar. E parece que foi coisa de outro mundo. “Eu comecei usando a cannabis convencional, porque era mais fácil. Eu estava um pouco desesperada”, Lembra.  “E me ajudou muito”.  

Sem enjoos, náuseas e um bom gosto 

A cannabis tem chamado a atenção por ajudar a proporcionar mais qualidade de vida para pacientes oncológicos. 

Várias pesquisas têm mostrado a eficiência do controle de náuseas e vômitos induzidos pela quimioterapia. Exemplo disso é uma pesquisa realizada pela Universidade do Novo México.  

 A cannabis demonstrou ser eficiente no refrigério de sintomas de náusea – 96% dos participantes relataram melhora, reduzindo a sisudez do sintoma em quase quatro pontos em uma graduação de 0 a 10 em exclusivamente uma hora em seguida a utilização. 

O uso convencional da maconha até que ajudou. Porém, ela percebeu que precisaria passar em um médico para entender ao claro quais eram os melhores produtos para auxiliá-la de forma mais efetiva.  

“Já estava me ajudando muito, já estava conseguindo consumir, não tinha mais enjoo, foi muito bom mesmo. Só que a cannabis tradicional, ela tem alguns contras, deixa você com muita preguiça. Logo eu resolvi passar com um médico para ele me receitar o CBD”. 

E ela nem precisou remunerar. O seu primeiro óleo de canabidiol foi disponibilizado pela associação Flor da Vida, que estava fazendo uma pesquisa com pacientes oncológicos. Ao participar do estudo, ela obteve o óleo de cannabis de forma gratuita e começou a usar. 

Sem dores também

O médico também receitou um óleo importado, que ela também comprou. Precisava de qualquer ajuda que pudesse. Principalmente quando começou a passar pela quimioterapia branca.  

Silveira conta que esse tipo de tratamento motivo muitas dores no corpo. “Dores terríveis de você não conseguir andejar recta. 10 vezes pior do que quando você vai na ateneu pela primeira vez.”. lembra. 

 O CBD mais uma vez foi um remédio eficiente para o problema. Quando Ana começava a sentir dor, eram exclusivamente algumas gotas para que as dores parassem em cinco minutos. 

“E são dores que os remédios não tiram. Não adianta você tomar dipirona ou outro remédio que não passa mesmo. Tanto que eu conheci pessoas no hospital que tomavam morfina para esse tipo de dor, porque elas são muito fortes”. Conta. 

Evidências já têm demonstrado que a cannabis ajuda a tranquilizar a dor em pacientes com cancro, inclusive que não respondem a analgésicos tradicionais.  

Uma vez que por exemplo, um estudo observacional feito em Harvard, que associou o uso da cannabis a uma melhora na dor, no sono e também na função cognitiva dos pacientes. Outras duas pesquisas, uma feita em Israel e a outra no Canadá, também chegaram à mesma desenlace. 

‘Queria falar para todo mundo sobre a cannabis’, diz paciente que passou por um cancro

“Queria falar para todo mundo” 

Quase sem crer, sempre contava para as pessoas no hospital sobre a sua experiência. Ana Silveira nem se recorda de quantas pessoas ela comentou sobre os benefícios da cannabis.  

Ela percebia um claro preconceito nos olhares dos outros pacientes, mas não ligava. Falava para quem quisesse ouvir. Sempre comentava com uma visão puramente medicinal, falava com jeito. 

Hoje, depois de vencer o cancro, o canabidiol está guardado na gaveta. “Hoje o CBD só ficou para me ajudar a relaxar, mas eu não preciso mais usar”, acrescenta. 

Consulte um médico   

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