Canabidiol pode ajudar na regeneração dentária, indica estudo in vitro da USP

Um estudo conduzido na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp-USP) indica que o canabidiol pode desempenhar um papel importante na regeneração dentária. Segundo os pesquisadores, a substância estimulou a biomineralização dos dentes mesmo em condições inflamatórias, sugerindo um potencial terapêutico para a odontologia regenerativa.
Os resultados foram publicados no Journal of Dentistry e apontam que o canabidiol, além de incentivar a formação de tecidos dentários, pode atuar uma vez que um agente anti-inflamatório. Como destaca a Agência FAPESP, essa invenção pode beneficiar pacientes com problemas dentários decorrentes de inflamações, uma vez que cáries profundas, traumas ou outras condições que afetam a polpa dentária.
Porquê o estudo foi realizado
Os pesquisadores utilizaram células da polpa dentária de camundongos para testar os efeitos do canabidiol. Inicialmente, essas células foram expostas ao fator de necrose tumoral começo (TNF-α), uma substância associada a processos inflamatórios e doenças autoimunes.
Em seguida, as células foram tratadas com diferentes concentrações de canabidiol durante períodos que variaram de 24 horas a sete dias. O objetivo era determinar a capacidade das células de sobreviverem e funcionarem em um envolvente inflamatório, determinando se a substância extraída da Cannabis sativa possui efeitos bioativos.
Para medir a biomineralização, os cientistas utilizaram um corante chamado vermelho de alizarina, que marca a presença de nódulos de mineralização – estruturas essenciais para a regeneração dentária. Esse processo acontece porque células-tronco mesenquimais da polpa dentária migram para áreas lesionadas e se diferenciam em odontoblastos, células responsáveis pela formação e manutenção da dentina, estrato que protege a segmento interna do dente.
Efeito anti-inflamatório do canabidiol
Além de estimular a regeneração dentária, o estudo investigou a ação do canabidiol sobre células do sistema imunológico, principalmente os macrófagos. Essas células foram pré-estimuladas com lipopolissacarídeo bacteriano (LPS), um componente da parede celular de bactérias Gram-negativas divulgado por induzir inflamações.
Os testes mostraram que o canabidiol inibiu a produção de mediadores inflamatórios pelos macrófagos, principalmente depois 24 horas de exposição. Isso indica que a substância pode atuar não unicamente na regeneração dentária, mas também na redução da inflamação sítio, um fator necessário para o sucesso de tratamentos odontológicos regenerativos.
O que isso significa para a odontologia?
Segundo o professor Francisco Wanderley Garcia de Paula-Silva, coordenador da pesquisa, os achados sugerem que o canabidiol pode ser um agente bioativo promissor para a reparação de tecidos dentários inflamados. No entanto, ele destaca que a pesquisa ainda está em período inicial e que são necessários mais estudos antes que a substância possa ser aplicada clinicamente.
A próxima lanço envolve a realização de estudos clínicos em humanos para determinar a eficiência e a segurança do canabidiol. Questões uma vez que a melhor forma de governo, dosagem ideal e possíveis interações com outros tratamentos odontológicos ainda precisam ser investigadas.
Desafios e perspectivas futuras
Antes que o canabidiol possa ser utilizado na prática odontológica, ele precisará passar por rigorosos processos de validação e aprovação por órgãos reguladores de saúde. Outrossim, a implementação de novas terapias baseadas em canabinoides requer revisões por comitês de moral e estudos independentes para prometer sua segurança e eficiência.
Com o crescente interesse da ciência em explorar os benefícios terapêuticos dos canabinoides, a expectativa é que mais pesquisas sejam realizadas nos próximos anos, abrindo caminho para possíveis aplicações clínicas na odontologia regenerativa.
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