THC para animais: especialistas divergem no uso veterinário

THC para animais: especialistas divergem no uso veterinário

Veterinárias debatem os riscos e benefícios do THC para animais no WNTC. Entenda os impactos da cannabis no zelo de pets e cavalos.

THC para animais: especialistas divergem no uso veterinário

O uso do THC na saúde bicho gera controvérsias no Brasil. Durante o WNTC — congresso realizado no dia 10 de junho em São Paulo — um quadro sobre saúde bicho revelou opiniões bastante divergentes.

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De um lado, Gabriela César, médica veterinária e CEO da Vettiva, fez um alerta evidente sobre os riscos do THC, principalmente em cães de grande porte. Do outro, Kátia Ferraro, CEO da EquineCare, defendeu que a molécula, quando muito utilizada, oferece benefícios importantes. Aliás, criticou o que chamou de “demonização” do THC.

Um alerta sobre segurança

Para Gabriela César, os riscos são evidentes. “Nenhum dos nossos produtos possui THC. Considero uma irresponsabilidade, tanto moral quanto técnica”, afirmou em entrevista à Cannalize.

A veterinária labareda atenção para a falta de regulamentação adequada e para o aumento dos casos de intoxicação em pets. “Nos Estados Unidos, clínicas veterinárias já validam métodos para detectar intoxicação por THC, pois os casos aumentaram muito”, explicou.

Ela reconhece que o THC pode ser terapêutico. No entanto, seu uso exige controle rigoroso. “Me preocupa muito, principalmente em animais de grande porte, porquê um dos nossos pacientes, um pitbull de quase 60 quilos. Com dor, ele fica ofensivo. Sujeitar um cão a uma molécula que altera a consciência é um risco, inclusive pelo aumento da agressividade.”

Gabriela foi categórica: “Basta um acidente grave, porquê um pitbull mordendo uma petiz depois usar um resultado irregular com THC, para gerar uma tragédia. Por isso, faço esse alerta tanto aos tutores quanto aos colegas veterinários.”

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THC não é vilão, diz técnico

Na mesma mesa, a veterinária Kátia Ferraro trouxe uma visão completamente dissemelhante. Segundo ela, o pavor em torno do THC não faz mais sentido. “No Brasil, tivemos que nos adequar ao que tínhamos. Começamos na tentativa e erro, com doses muito baixas, e fomos ajustando”, relatou.

Kátia explica que, em muitos casos, o CBD solitário não traz os resultados esperados. Aliás, seu dispêndio torna-se praticamente inviável. “Se eu usar só o CBD solitário, o dispêndio é contra-senso. E essa coisa de ‘nunca use no cachorro’… hoje, no Brasil, deve ter mais de 20 milénio cachorros tomando óleo com THC, e problema zero.”

Para ela, o problema não está no THC, mas sim na geração dos animais. “O problema do cachorro pitbull não é o THC, é a geração. Somos todos bichos — bichos humanos e bichos animais — e nossa fisiologia é muito parecida.”

Kátia também defende o uso de cannabis, incluindo THC, no tratamento de cavalos de subida performance aposentados. “Esses animais sofrem com dores crônicas, artrose, artrite e sofreguidão. Eu uso nesses cavalos e observo ótimos resultados. Não estou na universidade, mas, com o volume de pacientes que atendo, consigo traçar um perfil bastante sólido.”

Avanços na regulamentação

O debate acontece em um momento histórico para a medicina veterinária no Brasil. Em 2024, a Anvisa autorizou oficialmente a receita de cannabis para animais. Agora, veterinários podem prescrever produtos vendidos em farmácias. Aliás, o Ministério da Lavradio começa a regulamentar medicamentos específicos para uso veterinário.

A discussão sobre o uso do THC para animais deixa evidente que, mesmo com avanços regulatórios, ainda existem desafios técnicos, éticos e científicos. Porquê mostrou o WNTC, esse debate está longe de terminar.


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