Canabidiol, Cannabis Medicinal, CBD

Qual a percepção dos meus alunos quando falo sobre a planta?

Qual a percepção dos meus alunos quando falo sobre a planta?

Eu não posso proferir da percepção deles sobre a vegetal, mas posso proferir da minha percepção sobre a percepção deles! Vamos lá!

Qual a percepção dos meus alunos quando falo sobre a planta

Qual a percepção dos meus alunos quando falo sobre a vegetal

Leciono as matérias Fitologia Econômica, Etnobotânica e Etnofarmacologia na Universidade Federalista de São Paulo (UNIFESP), para os cursos de graduação em Ciências Biológicas e Ambientais, desde 2006. Há 19 anos.

Nestas matérias tem sido cada vez mais geral trazer a tarifa sobre a vegetal Cannabis sativa, tanto do ponto de vista das suas propriedades medicinais, aspectos culturais, religiosos, e de sustentabilidade, entre outras.

Nas aulas discutimos sobre a enorme gama de possibilidades terapêuticas dela, mas também o quanto a vegetal está envolvida em questões ambientais (remediação, fornecimento de fibras para diversos segmentos industriais, porquê opção para a bioenergia, enfim); além dos usos rituais envolvidos, ao longo da história.

Mas nem sempre foi assim

Em 2016 foi a primeira vez que eu trouxe para a sala de lição a possibilidade de incluirmos nas avaliações, temas relacionados à vegetal. 

Preciso comportar que fui surpreendida por qualquer estranhamento! A teoria era dividir a sala em grupos e cada um deveria investigar porquê era a política, a medicina, os aspectos culturais e legais do uso da vegetal em cada continente (destacando alguns países). Depois, trazer para discussão na sala de lição. 

E para minha surpresa, três dos 10 grupos não quiseram estudar sobre a vegetal, e escolheram outros temas para seus seminários avaliativos. Eram jovens na fita dos 20 anos. 

O que os fizeram se recusar a estudar e discutir as questões envolvendo a vegetal? Por outro lado, as discussões junto aos que quiseram investigar o tema, foi maravilhosa! Eu aprendi muito sobre o uso nos outros continentes (países).

Precisou de bastante persistência minha

Três anos depois, em 2019, o CEBRID (Meio Brasiliano de Informações sobre Drogas Psicotrópicas), na pessoa do Prof. Carlini, estava organizando o Simpósio Cannabis Terapia no Brasil: erros e acertos, na Faculdade de Recta no Largo São Francisco (USP – Universidade de São Paulo).

Fui convidada por ele para ajudar na organização. e achei oportuno convocar meus alunos, para que pudessem participar de um debate vernáculo que aconteceu naquele evento; tendo a presença e fala de vários ex-presidentes da Anvisa (Escritório Pátrio de Vigilância Sanitária). Lamentavelmente nenhum aluno se interessou ou foi ao evento.

Mas eu não desisti. 

E ano posteriormente ano, comecei a levar vídeos do Prof. Sidarta Ribeiro nas salas de lição para que pudéssemos debater o tema, depois de assisti-los. Ainda, procurava recomendar que assistissem ao filme ILEGAL: a vida não espera em moradia com os pais e familiares e/ou passava um trecho em sala de lição. 

Porque eu sabia que era praticamente impossível presenciar àquele filme e não ser “tocado” pelo tema. 

Aos poucos, o mundo foi sendo tocado, porque na moradia de várias pessoas existem questões de saúde que podem ser favorecidas com o uso adequado dessa vegetal. E portanto começou a permanecer mais fácil falar do tema em sala de lição, sem um estranhamento por segmento dos alunos

E hoje?

Se por um lado ainda existem vários alunos que se constrangem em falar sobre a vegetal, por outro, o diálogo em sala de lição tem promovido mudanças nas suas próprias vidas. 

Muitos deles têm buscado médicos para calcular a possibilidade de seus pais, irmãos, parentes e amigos. Ou até eles mesmos.

Hoje, ao final da minha lição sobre a vegetal e o Sistema Endocanabinoide, já aparece uma fileira com três ou quatro alunos pedindo ajuda em procura de suporte para possíveis tratamentos. 

Casos de autismo, inapetência, convulsões, impaciência, depressão, são unicamente alguns que me lembro neste momento. Alguns desses alunos me mandam mensagens por whatsapp, ou me encontram ao final da lição, agradecendo pela transformação na vida das suas famílias. 

Alguns deles foram tocados com o tema. Tanto que no ano pretérito, decidiram selecionar artigos científicos, transformá-los em roteiros e fazer vídeos a serem postados no Meio do Youtube e Instagram, CANABinALL: tudo sobre canabinoides. 

E isso foi muito potente, porque leste é um projeto de extensão da UNIFESP. Logo todos devem contribuir, porquê cidadãos, divulgando os conhecimentos científicos, que não são poucos, e favorecendo a saúde mental e física da nossa sociedade!

A instrução sempre foi, e ainda é, a melhor utensílio de transformação social. E por isso, nós educadores, devemos seguir oferecendo o melhor que podemos.

Sobre as nossas colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo. Além de de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​


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