Pesquisa da UFU avalia atividade antimicrobiana do Canabidiol

Pesquisa da UFU avalia atividade antimicrobiana do Canabidiol

O Laboratório de Ensaios Antimicrobianos da Universidade Federalista de Uberlândia (Lea/UFU) realizou uma pesquisa para determinar a atividade antibacteriana do  Canabidiol (CBD), um constituído bioativo tirado da vegetal Cannabis sativa, no combate às  bactérias causadoras de periodontite, uma doença inflamatória crônica que afeta o periodonto e atinge os tecidos de suporte dos dentes,  podendo ocasionar sua perda. Ou por outra, o estudo analisou se o uso do CBD seria seguro para seres vivos, por meio de testes em uma espécie de vermes chamada Caenorhabditis elegans, empregado em estudos por permitir testar, de forma simples e confiável, a toxicidade  de determinadas substâncias antes de experimentos mais complexos. Os resultados mostraram o potencial do CBD porquê uma opção terapia no combate a infecções bacterianas associadas à periodontite. 

Desenvolvida porquê projeto de Iniciação Científica (IC), a teoria surgiu em 2021, por meio dos estudos da ex-graduanda de Biomedicina e atual mestranda em Imunologia e Parasitologia Aplicadas pela UFU, Anna Lívia Oliveira Santos. A estudante estava cursando uma disciplina de Produtos Naturais, que abordava a Cannabis medicinal, quando se interessou por pesquisar o ponto. Dessa forma, entrou em contato com o professor Carlos Henrique Gomes Martins, do Instituto de Ciências Biomédicas, para iniciarem uma pesquisa sobre o tema.

“Na mesma era [que cursava a disciplina de Produtos Naturais], meu primo, que é microbiologista e desenvolvia pesquisas com microrganismos, me incentivou a entrar em contato com o professor Carlos Henrique, da microbiologia da UFU, para desenvolver um projeto sobre produtos naturais no combate às bactérias”, lembra Santos sobre o primícias da pesquisa. 

De início, a pesquisa fez um levantamento bibliográfico sobre as principais doenças infecciosas causadas por bactérias, focando nas que apresentavam uma crescente resistência aos antibióticos. A partir disso, iniciou-se a investigação da atividade antibacteriana do CBD no combate às bactérias causadoras da periodontite. O projeto começou no final de 2022 e a segmento experimental foi finalizada no início de 2024.

A equipe de pesquisa foi orientada por Martins e composta por Santos e as alunas de doutorado Mariana Brentini Santiago e Nagela Bernadelli Sousa Silva, contando também com a colaboração do professor Joaquim Maurício Duarte Almeida da Universidade Federalista de São João del-Rei (UFSJ), responsável pela disponibilização do CBD usado no estudo.

“Trabalhamos com diversas técnicas microbiológicas, sempre buscando prometer a reprodutibilidade e a precisão dos nossos resultados. Durante o processo de fazer pesquisa, sempre há algumas dificuldades porquê as variáveis experimentais, mas conseguimos superar esses desafios em equipe e com o esteio uniforme do nosso orientador”, comenta Santos.

Os resultados da pesquisa foram publicados no periódico Journal of Applied of Microbiology, em janeiro de 2025, uma revista científica de publicação mensal com grande influência na espaço de microbiologia aplicada. Para Santos, a publicação valida o trabalho realizado e permite que mais pessoas acessem e se beneficiem das descobertas feitas. Também é importante que pesquisas realizadas com recursos públicos tenham seus resultados apresentados para a comunidade especializada e o público leigo — é uma forma de transparência do uso desses recursos.

“Esse estudo pode ter um grande impacto tanto para a comunidade acadêmica quanto para a sociedade em universal. Para a ateneu, ele abre portas para novas pesquisas sobre o uso de produtos naturais no combate a bactérias resistentes, um problema crescente na medicina. Para a sociedade, o estudo vai além do favor direto de novas opções terapêuticas menos agressivas e com menos efeitos colaterais, oferecendo uma opção mais segura para quem sofre de infecções periodontais. Ele ajuda a quebrar o preconceito em torno da Cannabis, mormente no Brasil, onde ainda existe muita resistência a essa vegetal”, finaliza Santos. 

 

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