novo hábito dos consumidores preocupa setor de bebidas

novo hábito dos consumidores preocupa setor de bebidas

Aos poucos, e com a força de um movimento que não para de crescer, a cannabis vem ocupando espaços antes dominados por outras substâncias. E agora, o impacto da sua legalização começa a repercutir em setores até portanto pouco relacionados diretamente com o debate canábico. É o caso da indústria de bebidas alcoólicas, que vê seus lucros encolherem à medida que consumidores trocam o brinde pelo fundamentado.

Quem trouxe esse cenário à tona, de forma direta e sem rodeios, foi Lawson Whiting, CEO da Brown-Forman Corporation, gigante do setor e controladora de marcas icônicas uma vez que Jack Daniel’s e Woodford Reserve. Em uma teleconferência de resultados financeiros realizada na última quinta-feira (5), Whiting afirmou que o uso crescente da maconha está colocando “pressão” sobre a indústria de bebidas destiladas, contribuindo para a queda nas vendas da empresa.

Três fatores e uma novidade veras

Ao comentar a redução de 5% nas vendas líquidas do grupo, Whiting apontou três grandes tendências que, segundo ele, estão transformando o comportamento dos consumidores: as mudanças geracionais, o uso crescente de medicamentos para perda de peso… e a cannabis.

“Já estamos dizendo isso há um ano e meio. E sei que, do lado dos vendedores, o mundo parece estar um pouco dividido quanto à extensão da pressão que está sendo exercida sobre a nossa categoria”, disse o executivo.

Mesmo sem escadeirar o martelo sobre a dimensão exata desse impacto, Whiting deixou simples: o consumo de cannabis, principalmente nos Estados Unidos, onde sua legalização avança a passos largos, já afeta o mercado de bebidas alcoólicas. “Seríamos ingênuos se disséssemos que não há pressão vinda deles”, admitiu.

Do álcool à cannabis: o que está mudando?

As novas gerações estão repensando hábitos de consumo. Seja por questões de saúde, bem-estar, ou simplesmente por estilo de vida, há um movimento crescente de pessoas que reduzem, ou abandonam, o consumo de álcool e encontram na cannabis uma opção mais ligeiro, com menos ressaca e, segundo estudos recentes, até com benefícios cognitivos.

Na Europa, onde o progresso da legalização da cannabis é mais tímido, Whiting afirma que as tendências ainda acompanham as dos EUA, mas sem o “fator cannabis” atuando com tanta força. Ou seja, o que está acontecendo por lá pode ser unicamente um prenúncio do que ainda está por vir.

Mercado em transição: incertezas e oportunidades

Em seu transmitido solene à prensa, a Brown-Forman incluiu a legalização da maconha entre os “riscos e incertezas” que rondam o setor. A empresa reconhece que as mudanças nas preferências de consumo fazem secção do jogo – e que será necessário se apropriar.

“Embora nossos resultados não tenham correspondido às nossas aspirações de desenvolvimento a longo prazo, fizemos progressos importantes em um envolvente macroeconômico excepcionalmente provocador”, declarou Whiting. E completou: “estamos confiantes de que, com desembaraço, inovação e um foco simples na realização, estamos muito posicionados para velejar pela incerteza”.

E o que dizem os especialistas?

A estudo feita pelo CEO da Brown-Forman não é isolada. Relatórios de instituições financeiras uma vez que Bloomberg Intelligence e bancos de investimento multinacionais já apontam a cannabis uma vez que uma “concorrente formidável” do álcool. Projeções indicam que murado de 20 milhões de pessoas a mais devem passar a usar cannabis regularmente nos próximos cinco anos nos EUA, enquanto o álcool pode perder milhões de consumidores no mesmo período.

A estimativa é que, até 2027, as vendas de cannabis no mercado americano alcancem os US$ 37 bilhões, à medida que mais estados avançam com a legalização e a regulamentação do uso adulto.

Um brinde ao porvir (talvez sem álcool)

O que estamos vendo não é unicamente uma mudança de hábito individual, é um revérbero de transformações sociais profundas. O debate sobre o uso adulto da cannabis, sua regulamentação e os impactos econômicos que ela carrega está cada vez mais presente. E à medida que essa vegetal conquista novos espaços, setores inteiros da economia precisarão repensar seus caminhos.

Se antes a incerteza era entre vinho tinto ou branco, hoje a escolha pode ser entre uma taça ou um vaporizador. E o mercado, sisudo, já começa a perceber que o porvir pode estar em um novo tipo de celebração, com menos álcool, mais consciência e, quem sabe, um pouco de cannabis.

 

Com informações de Marijuana Moment.
 

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