O mercado de cannabis medicinal no Brasil está prestes a dar um salto histórico. Com a proposta de revisão da RDC 327/2019, que passou por Consulta Pública realizada pela Sucursal Pátrio de Vigilância Sanitária (Anvisa) e cujas novas regras devem ser divulgadas em breve, uma novidade projeção aponta um potencial de desenvolvimento estimado de R$ 15 bilhões até 2034 para o setor.
A projeção leva em consideração a expansão do uso da cannabis medicinal para áreas porquê odontologia, dermatologia e farmácias de manipulação, além do provável abrandecimento da exigência de receita, que pode passar de controlada (tipo azul) para receita branca, inclusive com aprovação da versão do dedo, de conciliação com um levantamento realizado pela Ease Labs, farmacêutica brasileira especializada em produtos de cannabis.
“O Brasil tem um dos maiores e mais muito estruturados complexos farmacêuticos da América Latina e uma legislação federalista unificada, o que nos coloca em uma posição extremamente favorável para crescer e liderar o mercado global de cannabis medicinal no segmento farmacêutico”, afirma Gustavo Palhares, co-CEO da Ease Labs.
Participação social e expectativas para novidade RDC
Em março de 2025, a Anvisa abriu a Consulta Pública nº 1.316/2025, tratando da atualização da RDC 327/2019, que regula a fabricação, importação, comercialização e receita de produtos à base de cannabis para fins terapêuticos no Brasil.
O período de envio de sugestões se encerrou em 2 de junho, com 1.476 contribuições de representantes de diversos segmentos da sociedade. Segundo a Anvisa, o objetivo foi ampliar a participação social e obter contribuições técnicas e qualificadas que ajudem a aprimorar a novidade proposta.
A expectativa é que as informações colhidas sejam fundamentais para ajustar o texto final, que será submetido à deliberação da Diretoria Colegiada da Anvisa (Dicol).
Vendas disparam e número de prescritores cresce
Em 2024, as vendas de produtos de cannabis no varejo registraram subida superior a 65% em conferência ao ano anterior, segundo dados da Close-Up International Brasil divulgados pela empresa que realizou a pesquisa. O meato varejista foi o que mais cresceu no segmento.
Atualmente, o Brasil conta com muro de 55 milénio médicos prescritores de produtos à base de cannabis com venda autorizada em farmácias.
Estudo aponta demanda futura e benefícios ambientais
Segundo o relatório “O que o Brasil ganha com o cultivo do cânhamo?”, elaborado pela Biodendro Consultoria Florestal e publicado pelo Instituto Escolhas em maio de 2025, o mercado vernáculo de canabidiol (CBD) pode entender 2,1 milhões de pacientes até 2030, exigindo 20 toneladas do constituído tirado da vegetal.
Para atender à demanda, será necessário um investimento de R$ 1,23 bilhão e o plantio de 64.103 hectares de cânhamo. Com essa estrutura, o país poderá gerar 14.485 empregos e entender uma receita líquida de R$ 5,76 bilhões, equivalente a 4,7 vezes o valor investido. Outrossim, estima-se a tomada de 1,1 milhão de toneladas de CO₂ por safra, o que contribui significativamente para os compromissos do Brasil com a agenda climática.
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