O fornecimento de um medicamento à base de canabidiol foi suspenso pela Justiça para uma garoto de oito anos, moradora de Varginha (MG), diagnosticada com polimicrogiria, uma rara malformação genética do sistema nervoso medial. A informação foi divulgada pelo G1 Varginha neste domingo (1º).
De entendimento com a reportagem, Hugo utilizava o remédio desde os dois anos de idade para controlar crises convulsivas diárias. A interrupção do fornecimento, que era feito pelo Estado, ocorreu em fevereiro deste ano, surpreendendo a família e comprometendo a rotina de tratamento do menino.
Medicamento controlava até 80 crises diárias
Segundo os pais, antes de iniciar o uso do canabidiol, Hugo apresentava até 80 convulsões por dia. Com o uso regular da substância, esse número caiu para tapume de uma crise diária, conforme relatado ao G1.
O pai, Edmilson Lima Caixeta, afirmou que a decisão judicial coloca em risco a vida do fruto:
“A gente precisa simplesmente de uma medicação que vale a vida dele. Sinceramente, é revoltante”, disse ao G1 Varginha.
A mãe, Élina Olímpia Monteiro Cândido, contou que precisou deixar o ocupação para cuidar de Hugo em tempo integral. Segundo ela, a compra do medicamento sem ajuda do Estado é inviável para a família, já que os custos chegam a R$ 7.500 por mês.
“O frasco custa entre R$ 2.540 e R$ 2.760, e são três por mês. Sem o fornecimento, a gente não tem uma vez que manter o tratamento”, afirmou.
Decisão judicial contradiz laudo pericial
Ainda de entendimento com o G1, a família acionou a Justiça para prometer o fornecimento contínuo do medicamento. O perito nomeado no processo teria confirmado que o canabidiol é o único tratamento eficiente para o quadro médico de Hugo. Apesar disso, o juiz responsável pelo caso suspendeu o fornecimento, alegando impacto orçamentário.
“Mesmo com o laudo favorável, o juiz entendeu que o fornecimento causaria prejuízo ao orçamento público”, explicou o jurisconsulto da família, Rodrigo Souza de Almeida, ao G1.
Moradia adaptada e vigilância 24 horas
A rotina da família é marcada por cuidados intensivos. O quarto de Hugo foi adequado com equipamentos de monitoramento para escoltar batimentos cardíacos, saturação e outros sinais vitais. A programação de atendimentos médicos e terapias ocupa todos os dias da semana.
“Faz muita diferença. A gente tem a prova de que a medicação ajuda muito. É a vida dele que está em jogo”, disse o pai.
Canabidiol é autorizado no Brasil, mas produção pátrio ainda é proibida
O uso de medicamentos à base de cannabis é autorizado no Brasil mediante récipe médica e comprovação de ineficácia de tratamentos convencionais. No entanto, a produção pátrio de insumos ainda é proibida, o que encarece o tratamento e impõe barreiras ao chegada.
A família agora aguarda novo posicionamento da Justiça e segue mobilizada para prometer a perpetuidade do tratamento de Hugo.
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