Fortaleza realiza Feira Canábica do Ceará com serviços e debates sobre o uso medicinal da cannabis | DOM


FEIRA antecede
Marcha da Maconha
A Terreiro da Gentilândia, no bairro Benfica, em Fortaleza, recebeu na tarde deste sábado, 17, a 4ª Edição da Feira Canábica do Ceará. O evento integra a programação do Maio Virente, mês devotado à luta antiproibicionista no Brasil. A feira reuniu serviços, produtos e informação qualificada sobre os usos terapêutico, industrial e cultural da cannabis.
Com a participação de associações, empreendedores, profissionais da saúde e representantes jurídicos, a feira ofereceu atendimentos gratuitos, uma vez que orientação jurídica, escuta psicológica, avaliação com especialistas, além de rodas de conversa focadas em autocuidado e redução de danos.
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Lígia Duarte, comunicadora e militante pela Rede Vernáculo de Feministas Antiproibicionistas (Renfa), e organizadora da Marcha da Maconha Fortaleza, destacou a preço da feira para desconstruir o histórico proibicionista no Brasil, principalmente contra a juventude negra e periférica.

FORTALEZA-CE, BRASIL, 17.05.2025: Vegetal Cannabis Sativa. Feira Canábica do Ceará. Terreiro da Gentilândia. (Foto: Fabio Lima/ OPOVO)

FORTALEZA-CE, BRASIL, 17.05.2025: Feira Canábica do Ceará. Terreiro da Gentilândia. (Foto: Fabio Lima/ OPOVO)

FORTALEZA-CE, BRASIL, 17.05.2025: Ana Carla Bastos , paciente e fitoterapeuta. Feira Canábica do Ceará. Terreiro da Gentilândia. (Foto: Fabio Lima/ OPOVO)

FORTALEZA-CE, BRASIL, 17.05.2025: Feira Canábica do Ceará. Terreiro da Gentilândia. (Foto: Fabio Lima/ OPOVO)

FORTALEZA-CE, BRASIL, 17.05.2025: Feira Canábica do Ceará. Terreiro da Gentilândia. (Foto: Fabio Lima/ OPOVO)
“A criminalização de seu uso foi, e ainda é, uma instrumento de encarceramento. Enquanto isso, as elites sempre tiveram chegada ao uso sem repressão. Esses eventos são fundamentais para mostrar que a maconha não é somente uma tarifa criminal, mas também econômica, empreendedora, medicinal e cultural”, defende.
Também esteve presente o médico e prescritor de cannabis Alan de Castro Andrade (Cremec 24413). Ele destaca os principais quadros clínicos beneficiados pela cannabis.
“As principais demandas envolvem doenças psicológicas, dores crônicas, enxaquecas, dores oncológicas e algumas síndromes raras. O diferencial da cannabis medicinal é que ela atua em todas as fases da dor, desde a percepção sensorial até a tradução no sistema nervoso medial, o que representa um grande progressão terapêutico”, pontua.
Ele reforça a preço da orientação médica para o uso terapêutico seguro e individualizado. “Mesmo quando dois pacientes possuem o mesmo diagnóstico, a dosagem necessária pode variar significativamente. É imprescindível realizar uma consulta inicial e elaborar um projecto terapêutico personalizado”, orienta.
As principais formas de chegada à maconha medicinal são:
- Farmácias: venda de produtos à base de cannabis, geralmente com CBD só, mediante receita médica.
- Importação: obtenção de produtos específicos importados, muitas vezes com formulações não disponíveis localmente, podendo requerer autorização judicial.
- Associações: organizações que produzem e distribuem cannabis medicinal com rigorosos controles laboratoriais, oferecendo uma selecção atingível e segura.
- Cultivo doméstico: chegada pode ser reservado via habeas corpus, que assegura o recta lícito ao cultivo.
A fisioterapeuta Ana Carla Bastos utiliza maconha medicinal para tratar impaciência e depressão, agravadas em seguida a maternidade. Para facilitar o chegada, optou pelo cultivo próprio e hoje atua na democratização do uso da vegetal.
“Até entender que o uso que eu fazia da maconha, inicialmente recreativo, na temporada adulta já era uma forma de buscar tratamento para as minhas necessidades. Ela me trazia tranquilidade e ajudava a dormir”, relata.
Participar de eventos sobre o uso terapêutico da maconha a inspirou a buscar uma avaliação para seu próprio uso. Porém, em 2019 enfrentou dificuldades no chegada ao óleo medicinal, devido ao cimalha dispêndio. “Eu precisava importar um com concentração de 20%, tapume de 200 mg por ml, mas isso custava em torno de R$ 6 milénio, o que era inviável”, relembra.
Diante das barreiras, Ana Carla optou pelo autocultivo, obtendo habeas corpus para cultivar em moradia, mas logo percebeu que a produção doméstica era limitada e custosa. Por isso, se mudou para um sítio onde famílias também cultivavam a vegetal para uso próprio. Foi daí que nasceu a Associação Medicinal do Ceará (Amece).
“Unimos esforços para produzir inicialmente para nosso uso e, posteriormente, para beneficiar a sociedade. Hoje, acolhemos tapume de 300 pessoas em um espaço terapêutico, onde oferecemos conhecimento técnico, espeque jurídico e orientação para cultivo lícito”, explica.
“Esperamos que, um dia, essa vegetal seja livre para quem quiser produzir, utilizar uma vez que remédio ou fumar”, projeta Ana Carla Bastos.

Foto: FÁBIO LIMA
FORTALEZA-CE, BRASIL, 17.05.2025: Ana Carla Bastos , paciente e fitoterapeuta. Feira Canábica do Ceará. Terreiro da Gentilândia. (Foto: Fabio Lima/ OPOVO)
Porquê usar maconha medicinal legalmente
Pacientes que usam cannabis mediante receita médica não precisam de autorização judicial. Porém, o cultivo doméstico requer um habeas corpus para prometer a legitimidade do cultivo.
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“Para isso, o paciente deve reunir a documentação médica e procurar a Defensoria Pública ou advogados particulares especializados para entrar com o habeas corpus”, explica o jurisconsulto Ítalo Coelho, integrante da Percentagem de Direitos Humanos e da Percentagem de Políticas Públicas sobre Drogas da OAB/CE.
O jurisconsulto relembra que a Sucursal Vernáculo de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve implementar, a partir do dia 19 de maio de 2025, regras para a produção pátrio de cannabis medicinal, que tende a baratear custos e facilitar o chegada.
“Até logo, a indústria farmacêutica dependia da importação de insumos para fabricação sítio, o que encarecia o processo e dificultava o chegada, além de gerar ações judiciais contra o Estado para prometer o fornecimento”, esclarece.
Marcha da Maconha
A Feira antecede a Marcha da Maconha Fortaleza 2025, que ocorrerá no dia 25 de maio, na avenida Ourela Mar, em Fortaleza. A concentração será às 15h na Estátua de Iracema. O evento procura substanciar a mobilização em prol dos direitos e da despenalização da cannabis.
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