Canabidiol, Cannabis Medicinal, CBD

Especialistas destacam avanços terapêuticos no tratamento da dor e da ansiedade

Especialistas destacam avanços terapêuticos no tratamento da dor e da ansiedade

A Frente Parlamentar da Cannabis Medicinal e do Cânhamo Industrial, coordenada na Tertúlia Legislativa do Estado de São Paulo pelo deputado estadual Caio França (PSB), realizou na quinta-feira (29) uma audiência pública sobre o uso terapêutico de canabinoides — substâncias extraídas da vegetal cannabis — na odontologia.

Cirurgiões-dentistas presentes no evento destacaram os avanços no uso da cannabis para o refrigério de dores orofaciais, inflamações gengivais, controle de bactérias e redução da sofreguidão durante atendimentos odontológicos.

O cirurgião-dentista João Paulo Tanganeli, que lidera o grupo de trabalho sobre canabinoides no Recomendação Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), afirmou que os pacientes estão mais muito informados e receptivos ao tratamento com cannabis.

 

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cirurgião-dentista João Paulo Tanganeli. Imagem: Bruna Sampaio

 

“Já passamos da período em que era preciso convencer o paciente. Agora ele já chega buscando a terapia”, afirmou Tanganeli. Apesar do excitação, o profissional reforçou a urgência de mais estudos científicos para solidar as evidências sobre o uso odontológico da cannabis.

 

Assista a audiência pública aqui

 

Dor orofacial: principal porta de ingresso da cannabis na odontologia

 

Especialistas ressaltaram que a dor orofacial — que atinge face, pescoço, boca ou mandíbula — foi o principal ponto de ingresso da cannabis na prática odontológica. Estima-se que até 40% da população mundial conviva com dor crônica, o que torna os canabinoides uma escolha promissora.

 

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Alethéia Pablos, diretora da Associação Panamericana de Medicina Canabinoide (APMC). Imagem: Bruna Sampaio

 

“Sem incerteza nenhuma, a dor aproximou o cirurgião-dentista do uso dos canabinoides”, explicou Alethéia Pablos, diretora da Associação Panamericana de Medicina Canabinoide (APMC).

Alethéia destacou a valia do sistema endocanabinoide na regulação de funções uma vez que dor, inflamação, sono e sofreguidão. Ela mencionou que todas as células da cavidade bucal apresentam receptores canabinoides, tornando praticamente todos os tecidos da boca alvos terapêuticos potenciais para a cannabis.

 

Caso galeno com CBD e THC aponta resultados positivos

 

A cirurgiã-dentista Rafaela da Rosa, autora do primeiro livro brasiliano sobre cannabis na odontologia, compartilhou um caso galeno de bruxismo em que o paciente apresentou melhora significativa depois o uso de um resultado com canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC).

“Esses medicamentos têm menos efeitos adversos e devolvem qualidade de vida com um perfil de segurança altíssimo”, destacou Rafaela. O resultado foi prescrito por meio da regulamentação da RDC 660 e importado legalmente.

 

Regulamentação e entrada: desafios e oportunidades

 

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deputado estadual Caio França. Imagem: Bruna Sampaio 

 

Segundo o deputado Caio França, o Brasil avançou na regulamentação com a Solução da Diretoria Colegiada (RDC) 660/22 da Anvisa, que autorizou cirurgiões-dentistas a prescreverem produtos à base de cannabis.

“Apesar do progresso, ainda existem desafios”, pontuou o parlamentar, ao tutorar a democratização do entrada aos tratamentos, mormente para pacientes de baixa renda.

França também é responsável da Lei 17.618/2023, que garante o fornecimento gratuito de medicamentos à base de canabidiol no estado de São Paulo. Por ora, a distribuição é restrita a epilepsias de difícil controle, uma vez que as síndromes de Dravet, de Lennox-Gastaut e o Multíplice da Esclerose Tuberosa (CET). “Nossa luta é ampliar as patologias contempladas”, afirmou o deputado.

 

Ciência versus preconceito: o porvir da cannabis na saúde bucal

Encerrando a audiência, o cirurgião-dentista Fábio Bibancos, fundador da ONG Turma do Muito, reforçou que o debate sobre cannabis na odontologia deve ser orientado com base científica, e não por dogmas ou desinformação.

“A ignorância institucionalizada ainda trava o progresso da cannabis medicinal no Brasil, enquanto nossos vizinhos regulam, pesquisam e faturam com a vegetal”, criticou Bibancos.

 

Com informações da Alesp

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