Domingo, 9h da manhã. Um grupo de 300 pessoas se reúne para decorrer na Lagoa. Há pórtico de largada, cronômetro ligado e fotógrafos a postos. Os participantes vestem camisetas verdes e usam números de identificação. Tudo parece dentro do esperado. Até você desenredar que o evento é promovido por uma empresa de cannabis medicinal. A Click Runner é tudo, menos óbvia. E talvez por isso faça tanto sentido.
Quem organiza a prova, gratuita e ocasião ao público, é a Click Cannabis, startup carioca fundada em 2023, que vem desafiando não só o estigma em torno da cannabis medicinal, mas também a forma uma vez que a saúde costuma ser comunicada. Em vez de palestra ou campanha publicitária, a marca preferiu levar a conversa para o asfalto. E, se você está esperando um relato sobre performance, tempo e ranking, pode olvidar: cá, o que vale é o bem-estar.
A corrida começou atrasada, mas ninguém parecia se importar. Antes da largada, houve recepção com moca da manhã e backdrop para fotos. Na chegada, massagem, banheira de gelo e até DJ.
“A gente acredita que saúde não se comunica só de jaleco. O zelo se constrói na forma uma vez que você vive no dia a dia e não exclusivamente no momento da consulta”, afirma Lucas Rouxinol, CEO da Click Cannabis. “E as evidências mostram que a prática regular de atividade física potencializa os efeitos terapêuticos do CBD, principalmente em casos de impaciência, insônia e dor”, ressalta.
“A Click Runner é um invitação para repensar a saúde de forma mais ativa, integrada e conseguível. Queremos tirar a cannabis medicinal do lugar do estigma e colocá-la no núcleo da experiência real de bem-estar, sem tabu, sem mistério”.
Lucas Rouxinol, CEO da Click Cannabis
Em 2024, o Brasil ultrapassou a marca de 672 milénio pacientes em tratamento com cannabis medicinal, segundo a consultoria Kaya Mind. As principais indicações são dor crônica, impaciência, insônia e epilepsia. Desde 2015, a Anvisa concedeu mais de 320 milénio autorizações individuais de importação de produtos com canabinoides. E o mercado segue aquecido: movimentou R$ 852 milhões em 2024 e deve ultrapassar R$ 1 bilhão no ano que vem.
Nesse contexto, a Click Cannabis tem sido protagonista. A startup aposta em um padrão do dedo, a preços acessíveis (R$30 a consulta) e já intermediou mais de 30 milénio atendimentos médicos em todo o país, com 55 profissionais parceiros, sendo a maior secção no Rio de Janeiro (quase 30%). A expectativa é movimentar R$ 30 milhões em 2025.
Segundo o fundador da startup, o padrão tradicional de saúde ainda é muito restringido. “Nosso foco é promover uma abordagem de saúde que considera o todo: o que você come, uma vez que você dorme, se você se movimenta, se tem pedestal emocional, se tem séquito médico. A cannabis medicinal é uma peça importante desse quebra-cabeça. Não a única, mas uma aliada real e poderosa”.
Uma vez que corredora e jornalista, tenho visto o quanto o esporte tem servido uma vez que meato de reconexão com o corpo e com o que a gente sente. É nesse espaço que entra a cannabis medicinal, que ainda carrega muito preconceito, sim, mas tem mudado a vida de quem convive com dor crônica, impaciência, insônia e tantas outras condições. Se a corrida pode ser vista uma vez que um tratamento, por que não pode ter uma conversa honesta sobre novos caminhos de zelo?
Esse evento na Lagoa acertou ao ocupar um espaço público e simbólico com leveza e legitimidade. E acertou mais ainda ao não tentar convencer: exclusivamente convidou.
O objetivo da Click Cannabis é ir além da capital fluminense. Mas o Rio de Janeiro foi o cenário perfeito para furar essa discussão: uma cidade que valoriza o ar livre, que se exercita por prazer, que corre para pensar ou para parar de pensar. Ao colocar cannabis medicinal e corrida lado a lado, a Click Runner não só quebra um tabu. Ela lembra que vida saudável está supra de preconceitos.
Source link
#Corrida #cannabis #hora #mudar #lógica #bemestar #saúde