como Rachel encontrou um novo jeito de viver

como Rachel encontrou um novo jeito de viver

Ela aprendeu a bocejar de novo. Isso mesmo que você leu! Um simples bocejo que a maioria das pessoas têm quando estão “caindo” de sono, foi um alerta feliz para a novidade vida de Rachel Juraski, 42 anos, publicitária, escritora, bióloga de formação e corinthiana roxa. 

Ela passou mais de uma dezena buscando alternativas para dormir, sendo tragada por dores invisíveis, dias insones, crises de depressão e episódios que até a fizeram desejar o termo. Entre um diagnóstico e outro, transtorno bipolar, sofreguidão generalizada, cancro de ovário e fibromialgia, o que parecia restar era o cansaço. Mas também havia um pouco que insistia em permanecer: a coragem.

E foi nesse entrelaço de esperança e exaustão que Rachel conheceu a cannabis medicinal. “A sofreguidão me levava à depressão, a depressão desencadeava as crises de dor da fibromialgia. Era uma tempestade perfeita. E eu no meio dela”, conta.

Quando o corpo grita e a espírito sussurra

 

Rachel renasceu e só melhora posteriormente o uso da cannabis medicinal | Foto: Registro Pessoal

O diagnóstico de fibromialgia veio posteriormente meses de dores crônicas e um tratamento oncológico recente. “O médico carimbou em maio, mas desde agosto eu já sentia dores no corpo inteiro, mormente nas mãos, nas costas, nos músculos do pescoço.

Era uma vez que se eu estivesse presa dentro de um corpo que gritava o tempo todo”, lembra.
Rachel já enfrentava, desde 2012, um transtorno bipolar com crises graves. Duas tentativas de suicídio fizeram segmento de sua jornada até cá. Mas foi o combo entre o cancro, a insônia severa e a dor persistente que quase apagaram sua luz. “A insônia me devastava. Podia passar noites em simples. Precisava de doses cavalares de medicação para ser nocauteada e dormir por algumas horas”.

Dormir: um milagre cotidiano

Depois o psiquiatra indicar o uso do CBD e a paciente ter experiências frustrantes com canabinoides importados, foi a indicação do Instituto Santa Gaia, com um óleo de CBD de subida concentração de THC, que trouxe um sopro de mudança. 

“Faz quase dois meses. Eu parei em cinco gotas. É o suficiente. Eu, que nem bocejava mais, agora volto a bocejar. Parece corriqueiro, mas bocejar é vida”, reflete.
Dormir voltou a ser provável. E, com o sono, vieram o consolação da dor, o controle da sofreguidão e a subtracção dos episódios de crise.

A fé no Corinthians, o pé no soalho e o coração na escrita

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Rachel, apaixonada pelo Corinthians, aprendeu a bocejar e sentir sono. isso, para ela, foi mais que um milagre. | Foto: Registro Pessoal

Rachel é dessas que não perde nenhum jogo do Timão e que encontra refúgio nas palavras. Escreve para transformar dor em trova e crônica, riso e reflexão. O que mais a fragiliza hoje? “A possibilidade de uma recaída depressiva. O susto de voltar a viver aquela trevas”, disse.

Mas o que a fortalece? “Ter sobrevivido. Ter me reinventado. O cancro me deu um reset. Me fez ver tudo de um jeito novo. Hoje sou uma mulher com mais gratidão do que dor”, avalia.

Cannabis não é milagre. Mas é caminho

Rachel fala com a segurança de quem estudou o matéria e com a sensibilidade de quem vive na pele: “Sou bióloga. Sei que a cannabis tem registros de uso humano há milênios. O que falta é menos preconceito e mais parceria entre médicos e pacientes. Não é um óleo mágico. É um óleo que exige comitiva, tentativas, ajustes. Mas quando funciona, muda tudo”, descreve.

Hoje, além do canabidiol, ela mantém uma rotina de autocuidado rigorosa: exercícios físicos, disciplina com a sustento, terapia e principalmente: escuta interna.

E o que ela deseja agora?

Rachel não quer mais que tudo fique muito o tempo todo. Ela quer persistência e segurança. Uma vida provável, com menos picos, menos caos, menos dor. Deseja manter-se firme, saudável, grata. Quer continuar a bocejar, dormir sem susto e viver com suavidade. “Não quero mais ter cancro. Não quero mais submergir em crises de sofreguidão. Quero cuidar do que é simples: corpo, mente, tranquilidade”. 

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Recuperada de um cancro, ela dribla a fibromialgia com a cannabis, enquanto medicina selecção. | Foto: Registro Pessoal

Rachel nos lembra que não é preciso esperar que tudo passe para viver. Que dá pra viver mesmo com dor, desde que haja zelo, ciência e afeto.  E que, em meio à tempestade perfeita, às vezes, tudo o que a gente precisa é de um simples bocejo.
 

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