Cannabis ou Nicotina? Especialista aponta os caminhos para mais saúde e menos dependência

Fumar ainda é um hábito que atravessa gerações, do cigarro tradicional ao vape, do narguilé ao tabaco aquecido. E, por mais surpreendente que pareça, isso não se restringe exclusivamente a quem tem estilo de vida sedentário.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que mais de 1,1 bilhão de pessoas usam nicotina no mundo, e secção significativa desse público está no universo esportivo, inclusive no de subida performance.
Ao mesmo tempo, cresce a presença da cannabis medicinal na vida de atletas e pessoas comuns em procura de mais qualidade de vida, recuperação muscular e até base para desistir o vício do cigarro.
Mas será que faz sentido confrontar essas duas substâncias? O que diz a medicina esportiva sobre seus efeitos no corpo e na mente?
Com sólida experiência clínica e formação em ambas as áreas, Dr. Jimmy Fardin, médico do esporte, pós-graduado em medicina canábica pela Unifesp e prescritor habilitado pela Cannabis Academy, nos trouxe um quadro sobre os riscos e os potenciais da cannabis e da nicotina, e o que isso significa para atletas e não-atletas.

Segundo Jimmy, a confrontação entre cannabis e nicotina ainda enfrenta obstáculos científicos. “Faltam estudos com metodologia robusta em atletas. Mas, o que já sabemos, é que nenhuma das duas substâncias melhora diretamente o desempenho físico”, pontua.
No entanto, a nicotina carrega um peso específico: o altíssimo potencial de subordinação e efeitos cardiovasculares prejudiciais. “Ela provoca vasoconstrição, taquicardia e elevação da pressão arterial, além de mudar a hemodinâmica coronária. Mesmo que não seja diretamente a responsável pelas doenças do tabagismo, sustenta o uso de substâncias tóxicas e cancerígenas presentes no cigarro”, explica o médico.
A WADA (Filial Mundial Antidoping) monitora o uso de nicotina desde 2012. E os dados são impressionantes: entre 25% e 50% dos atletas profissionais de esportes de força e equipe porquê futebol americano, hóquei, rugby e ginástica consomem nicotina durante as competições. Ainda que seu efeito nootrópico ou ergogênico não tenha sido comprovado, o uso é geral.
Cannabis medicinal: entre a cautela e o potencial terapêutico
Ao contrário da nicotina, uma molécula isolada, a cannabis é um verdadeiro “coquetel oriundo”, com mais de 120 canabinoides identificados e diferentes mecanismos de ação. “O sistema endocanabinoide está presente em diversos tecidos do corpo, e isso gera respostas muito variadas entre os pacientes”, explica Fardin.
Um dos pontos de destaque é o potencial da cannabis para atuar porquê anti-inflamatório e broncodilatador, o que pode contribuir com a recuperação muscular e respiratória. “Canabinoides porquê o CBG, o CBD e o THC atuam em receptores distintos e podem modular desde inflamações até o estado emocional do paciente”, afirma.
No entanto, ele faz um alerta importante: “o uso deve ser sempre monitorado. Doses inadequadas podem prejudicar a performance. Por isso, a orientação médica é fundamental.”
Da subordinação à libertação: cannabis no combate ao cigarro
Uma das possibilidades mais interessantes da cannabis medicinal é o base na cessação do tabagismo. E isso não é teoria, é prática clínica. “A cannabis pode atuar em áreas do cérebro ligadas ao sistema de recompensa. O aumento da anandamida, nosso endocanabinoide do ‘bem-estar’, ajuda a reduzir a vontade de fumar. Já vi esse efeito em pacientes amadores que conseguiram desistir o cigarro”, conta Dr. Jimmy.
Embora ele ainda não tenha observado esse processo em atletas profissionais, os casos em pacientes comuns apontam para um caminho terapêutico promissor.
A escolha consciente
Ao termo, Jimmy é enfático: “a nicotina, por ser usada com mais frequência e ter maior potencial de vício, acaba sendo mais prejudicial à saúde. Já a cannabis, se usada com responsabilidade e orientação médica, pode ser uma aliada, tanto na recuperação física quanto na saúde mental”.
Aos poucos, o esporte, assim porquê a medicina, vai deixando para trás o tabu e abraçando o que a ciência já começa a provar: há formas mais saudáveis de cuidar do corpo, da mente e da performance.
E isso vale tanto para quem vive da competição quanto para quem só quer subir uma escada sem perder o fôlego.
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