No propósito de desburocratizar o entrada às medicações com base de canabidiol, o deputado estadual Wilson Santos (PSD) reuniu-se com o secretário Estadual de Saúde (SES), Gilberto Figueiredo, na quarta-feira (9), para tratar sobre os casos de famílias que enfrentam a lentidão para o entrada aos remédios, sob receita médica, sendo obrigadas a recorrer à Justiça para prometer o tratamento. No encontro, estiveram presentes a secretária-adjunta de Unidades Especializadas da SES, Patrícia Dourado Neves, o farmacêutico Éder Roble, pais, mães, representantes de entidades que atuam com famílias de autistas e pesquisadores da Universidade Federalista de Mato Grosso (UFMT).
Continua depois a publicidade
De combinação com o secretário, o Estado atende a Lei n° 11.883/2022 que disciplina o fornecimento de medicamentos à base de canabidiol, o “cannabis”, pela SES. “A lei lista elenca as patologias. É preciso fazer um estudo em relação às demandas estimadas para ter um estoque daquelas medicações. Lançamos a Portaria n°415/2023/GBSES para que possamos seguir um fluxograma e atender todos os requisitos estabelecidos. Não tenho zero contra nascente tipo de medicação. A portaria nos dá segurança jurídica. Já vou deixar simples que não estamos descumprindo por questão financeira, precisamos ter segurança e atender o que está estabelecido na lei. Se tiver além da lei, precisamos reaver. Cá se cumpre decisão judicial e o que é determinado”, explica Figueiredo.
Continua depois a publicidade
Conforme a portaria citada, a única medicação à base do canabidiol autorizada pela Filial Pátrio de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Percentagem Pátrio de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) é o medicamento Mevatyl® que consta no Protocolo Médico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) e que está incorporada no SUS.
Continua depois a publicidade
“Cada paciente é um ativo dissemelhante. Hoje, dependemos de protocolo sancionado pela Conitec. Nós, enquanto SUS, teríamos que ter uma quantidade maior de ativos e doutorados junto a Conitec. Nós não temos. Por isso, é feito por meio de decisão judicial. Para nós, temos que ter aprovação da Conitec”, explica Patrícia.
O farmacêutico Éder salienta que a farmácia de basta dispêndio atende 93 protocolos do Ministério da Saúde aprovados pela Conitec. “O órgão regulador, Anvisa, não reconhece as formulações uma vez que medicamentos, nem que é da saúde, eles colocam uma vez que resultado suplementar. O único reconhecido é o Mevatyl®, no protocolo de esclerose múltipla. A forma de comprar o medicamento reconhecido pela Anvisa, registrado no Brasil e no Ministério da Saúde, é mais fácil de ser atendido. As decisões judiciais acontecem, porque estão fora do que é estabelecido no protocolo estabelecido pela Conitec. Quanto à decisão judicial, vamos atender a liminar, fazer os trâmites e comprar para importação ao consumo. Não é um reconhecimento do resultado de saúde”, esclarece.
Ele conta que a última recomendação, em 2024, teve uma outra regulamentação pedindo para a Conitec reavaliar uso do canabidiol para outras patologias que são inúmeras. “Chega o resultado da Conitec de não incorporação, por não apresentar efetividade nos estudos ou quanto isso causaria problemas a longo prazo. Não há comprovação científica a longo prazo. As cinco gotinhas estão fazendo muito, mas não sabemos o que acontecerá mais na frente”, explica o farmacêutico da SES.
“A reunião foi muito boa e saio satisfeito. O secretário Gilberto abriu uma discussão, precisamos renovar, foram muitos esclarecimentos e informações apresentados para nós, não dá para esgotar só nisso. Havendo qualquer premência de mudar a lei, estamos prontos, a gente faz. Vai ser ingénuo um meio de tratativas com a SES e espero em que até 60 dias consigamos nivelar essa situação, corrigindo a lei ou por decisão judicial. Só existe um remédio autorizado de 14 produtos com base no canabidiol. Mas, precisamos buscar mecanismos para que os trâmites se tornem menos burocráticos. Temos que fazer valer e prometer qualidade de vida para aqueles que necessitam destas medicações”, posicionou Wilson Santos que, destinou emenda de R$ 2 milhões, para compra de medicamentos à base do canabidiol.
A servidora da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Secel), Aline Rossi, e mãe de um rebento de 15 anos, que apresenta limitações por ter uma síndrome rara, relata que ele passou por vários procedimentos cirúrgicos, foi internado várias vezes e com 30 convulsões ao dia, mesmo tomando vários medicamentos.
“Tive entrada a medicação via judicial. Não consegui na primeira tentativa. O que era seis medicamentos, meu rebento passou a tomar dois e o de canabidiol. Fico menos sobrecarregada e garanto qualidade de vida. Ele agora consegue fazer as terapias, foram mais de sete meses de internação. Ele se estabilizou, praticamente sem crise convulsiva, zerou, foi um proveito inesperado”, testemunhou.
A secretária-adjunta Patrícia Neves estabeleceu uma novidade reunião, nos próximos 15 dias, para voltar a discutir a segmento técnica e compreender os casos existentes na sociedade que necessita do medicamento, pois ainda não são percebidas para identificar os pontos relevantes. “Nós vamos reunir todas as informações que recebemos e buscar outras. Estaremos trabalhando com essas evidências, precisamos levantar essas demandas. E, assim, a partir das histórias, reconhecer a premência do uso das medicações, para levar uma proposta para a Tertúlia Legislativa. Tudo que nos foi relatado foi pertinente e precisamos dar as mãos”, concluiu.
Source link
#Posteriormente #reunião #Wilson #Santos #SES #vai #reavaliar #entrada #canabidiol