CUT-SP avança no debate sobre uso da cannabis com foco na saúde dos trabalhadores

A luta por uma política pública que garanta o uso seguro e alcançável do canabidiol (CBD) para fins medicinais aqueceu o debate entre dirigentes sindicais da base CUTista.

O tema foi apresentado em uma das mesas da 17ª Plenária Estatutária da CUT-SP, que teve início nesta sexta, 18, na capital paulista. O debate contou com a participação de representantes da Associação Terapia Cannabis Medicinal Flor da Vida, que apresentaram dados sobre os avanços e os desafios da cannabis uma vez que medicina opção no Brasil.

Presidente da Flor da Vida, Enor Machado de Morais, falou de experiências práticas com o uso da cannabis no tratamento de doenças uma vez que esquizofrenia, depressão, esclerose múltipla, Parkinson, Alzheimer, entre outras enfermidades crônicas e neurológicas.

Morais relatou ter iniciado pesquisas e o trabalho nessa superfície diante da urgência de sua família na procura por tratamentos alternativos para o seu sobrinho, diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista), uma vez que os tratamentos convencionais apresentavam efeitos colaterais.

“O meu sobrinho melhorou. Ele está falando, não bate mais na cabeça uma vez que antes. São pequenos avanços que as mães glorificam demais. Eu falo das crianças porque a gente tem muita expectativa na melhora delas, que têm uma vida toda, mas o uso traz benefícios na saúde da população de qualquer idade”, disse Enor.

A Associação já possui uma parceria com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que no final de julho irá inaugurar um espaço inédito para atendimento dos trabalhadores e trabalhadoras da categoria.

O momento foi levado pelo secretário de Saúde do Trabalhador da CUT-SP, Valdeci Henrique, o Verdinho, e pela secretária de Assuntos Jurídicos, Vivia Martins. “Temos um grande repto político e cultural, pois ainda há muito preconceito e desinformação em torno desse matéria, mas é necessário mostrar que esse tratamento traz melhorias na vida de muita gente”, destacou Verdinho.

De conformidade com o jurista que representa a Associação, Antônio Pinto Fruto, há uma frente de atuação da entidade que luta para universalizar o tratamento com terapia canabinoides. Muitas famílias, inclusive, têm dificuldades de encontrar médicos especialistas nesse tema para que receitem o tratamento – no Brasil, o chegada ao CBD só pode ser feito mediante récipe médica.

Ao final da mesa, o presidente da CUT-SP, Raimundo Suzart anunciou que a Mediano estadual irá assinar com a Flor da Vida uma Epístola de Intenções, o que dará início a um estudo sobre projetos que possam atender a classe trabalhadora filiada aos sindicatos CUTistas.