Estudo da Uece analisa uso do CBD no tratamento de crianças com TEA

Khevin Miguel Roldan Martins tem exclusivamente 8 anos, mas já constrói universos. Diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), ele se expressa com uma originalidade incomum para sua idade. Em seu ducto no YouTube, compartilha animações, aventuras em jogos e roteiros próprios.
Fora das telas, no entanto, o cenário era muito dissemelhante: dificuldade de socialização, episódios de agressividade e um silêncio que dominava até mesmo os brinquedos.
Foi nesse pausa entre o mundo virtual e o real que a cannabis medicinal entrou na vida de Khevin. Desde que iniciou o uso do canabidiol (CBD) — um constituído derivado da Cannabis sativa L. — sua família passou a notar mudanças significativas. “Agora ele cria brincadeiras fora do computador. Uma noite me disse: ‘Mãe, tive uma teoria para uma animação’. Levantou, escreveu um roteiro e foi dormir”, conta Juliany Cristiny Roldan, sua mãe.
Com o objetivo de impactar positivamente a vida de pacientes porquê Khevin, um projeto de pesquisa desenvolvido na Universidade Estadual do Ceará (Uece) reuniu evidências científicas sobre o uso medicinal do canabidiol em crianças e adolescentes com TEA. A pesquisa, aprovada pelo Parecer Pátrio de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e financiada pelo Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit/SECTICS/MS), foi recentemente concluída e agora entra na tempo de divulgação dos resultados.
Resultados preliminares: melhora em sintomas comportamentais
Segundo o coordenador do estudo, professor Gislei Aragão, os dados apontam que o CBD pode ter efeitos positivos em sintomas porquê motim, comportamentos disruptivos e padrões repetitivos. Essas melhorias foram principalmente percebidas a partir de relatos de familiares de pacientes com TEA.
“A cannabis medicinal apresenta efeitos promissores, mas os estudos disponíveis ainda têm qualidade variável. Os efeitos adversos, quando aparecem, são geralmente leves, porquê sonolência ou perda de gosto”, explica Gislei em nota do Governo do Ceará.
O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?
O TEA é uma exigência do neurodesenvolvimento que afeta a notícia, a interação social e o comportamento. De pacto com o DSM-5 — principal manual diagnóstico da psiquiatria — o transtorno abrange quadros porquê Transtorno Autista, Síndrome de Asperger, Transtorno Desintegrativo da Puerícia e PDD-NOS.
Os tratamentos farmacológicos convencionais costumam apresentar eficiência limitada e frequentemente estão associados a efeitos colaterais relevantes, o que tem impulsionado a procura por alternativas terapêuticas, porquê os fitocanabinoides.
O sistema endocanabinoide (SEC), fim da ação da cannabis medicinal, regula funções neurológicas essenciais. Estudos sugerem que o CBD atua em áreas porquê o tálamo, a medula e o lobo temporal — regiões que costumam apresentar alterações em pessoas com TEA.
Cannabis medicinal e os desafios da ciência brasileira
A equipe de pesquisadores pretendia inicialmente realizar uma revisão sistemática com metanálise — método que permite reunir estatisticamente os resultados de diversos estudos clínicos. No entanto, a heterogeneidade metodológica das pesquisas existentes impossibilitou essa abordagem.
“A subida heterogeneidade foi o principal duelo: diferenças nas formulações de CBD, nas dosagens utilizadas, nas escalas de avaliação e nos perfis dos participantes dificultaram a consolidação de uma estudo estatística confiável”, ressalta Aragão.
Apesar disso, o estudo representou um progressão significativo no mapeamento científico sobre o uso da cannabis medicinal no tratamento do TEA no Brasil.
Entre a esperança e a cautela
Diante das limitações para realizar a metanálise, os pesquisadores optaram por uma estudo qualitativa aprofundada, que permitiu identificar lacunas, tendências e caminhos futuros.
“A ciência é um processo em metódico construção. Mudanças de rota não fragilizam a pesquisa — pelo contrário, evidenciam nosso compromisso com o rigor metodológico”, afirma o professor Gislei.
O grupo enfatiza a urgência urgente de mais estudos clínicos controlados e de subida qualidade no Brasil. Embora a cannabis medicinal represente uma opção promissora, seu uso deve sempre ser orientado por profissionais de saúde qualificados.
Próximos passos e divulgação pública
Os resultados serão submetidos a periódicos científicos ainda leste ano. Paralelamente, a Uece organizará seminários presenciais nas cidades de Fortaleza, Crateús, Salvamento e Cariri, com o objetivo de apresentar os achados à sociedade.
O estudo foi transportado pelos professores da Uece Gislei Frota Aragão, Carla Barbosa Brandão, Valter Cordeiro Barbosa Fruto, Paulo Sávio Fontenele Magalhães e Cidianna Emanuelly Melo do Promanação, com a colaboração da professora Kelly Rose Tavares Neves, da Universidade Federalista do Ceará (UFC).
Também participaram os pesquisadores do Laboratório de Neuroinflamação e Neurotoxicologia (Lanit/Genit/Uece): Iara Vasconcelos, Madna Freitas, Renê Freitas, Quezia Jones, Maria Helena Pitombeira e Ruth Maria Moraes.
Com informações do Governo do Ceará
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