Canabidiol, Cannabis Medicinal, CBD

Canabidiol age sobre dor neuropática e depressão simultaneamente em animais, diz a USP de Ribeirão Preto – THMais

Canabidiol age sobre dor neuropática e depressão simultaneamente em animais, diz a USP de Ribeirão Preto - THMais

Foram avaliados os efeitos de 20 mg/kg de fluoxetina e de diferentes doses do CBD (3, 10 e 30 mg/kg) em ratos com lesão do tendão isquiático (ciático). A ração única da fluoxetina, informa a pesquisadora, é a quantidade validada em estudos de seu próprio grupo de pesquisa para a redução dos sintomas depressivos nos roedores. Já as doses do CBD administradas avaliaram as respostas dos roedores às diferentes dosagens.

O padrão bicho foi escolhido para “promover a constrição do tendão isquiático com um fio biodegradável, mantendo os efeitos sensoriais de dor nos animais”. Esse padrão reproduz características comuns às neuropatias humanas, uma vez que a alodinia, um tipo de dor provocada por estímulos normalmente não dolorosos, e a hiperalgesia, o aumento da resposta à dor, além de comportamentos relacionados a prejuízos cognitivos e do tipo depressivos e ansiosos, “comorbidades frequentes encontradas em pacientes com dor crônica”, complementa.

Os pesquisadores realizaram diferentes testes avaliando a percepção e resposta de dor dos animais (estímulos mecânicos), a depressão ou desespero comportamental (cessação dos esforços ativos de fuga) e a anedonia (incapacidade de sentir prazer em atividades antes agradáveis). Entre os resultados, observaram que a fluoxetina, assim uma vez que a menor ração de CBD (3 mg/kg), conseguiu reduzir a depressão. Enquanto isso, as demais doses de CBD (10 e 30 mg/kg) foram mais eficazes na redução da sensibilidade dolorosa. “Os efeitos analgésicos mais consistentes foram obtidos com a ração mais subida, de 30 mg/kg”, ressalta a pesquisadora.

Segundo Priscila, os resultados do estudo “reforçam o potencial do CBD, principalmente considerando os efeitos terapêuticos que ele demonstrou em diferentes testes comportamentais”. Ela reforça que o CBD ainda não deve ser considerado uma vez que substituto para os tratamentos já existentes, mas que “pode simbolizar mais uma possibilidade dentro do arsenal farmacológico disponível”.

Mesmo em temporada pré-clínica, os experimentos em animais, uma vez que os realizados pelo grupo da USP, “são essenciais para fundamentar os mecanismos de ação, os desenhos de ensaios clínicos mais robustos, que avaliem eficiência, segurança, dosagem e vias de governo em humanos”, continua Priscila. A partir deles, será provável progredir na validação terapia e, futuramente, “incorporar o CBD uma vez que escolha viável na prática médica para pacientes com dor crônica e comorbidades psiquiátricas, e, assim, sua emprego translacional em populações humanas”.

Priscila acrescenta também que alguns estudos clínicos (em humanos) já sugerem os benefícios do CBD em pacientes com dor crônica e depressão associados, envolvendo propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e neuromoduladoras, mas “necessita-se de mais estudos clínicos”. Quanto à depressão, estudos clínicos vêm mostrando potenciais efeitos do CBD, principalmente em pessoas com comorbidades ansiosas ou em casos de depressão resistente ao tratamento convencional.

O projeto foi desenvolvido durante a iniciação científica da fisioterapeuta Débora Thais Pereira Brito no Laboratório de Neurociências da Dor e das Emoções – Meio Multiusuário de Neuroeletrofisiologia, coordenado pelo professor Renato Leonardo de Freitas, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Participaram do estudo a professora Christie Ramos Leite-Panissi, da FFCLRP; a professora Evelin Capellari Cárnio, da Escola de Enfermagem (EERP); os professores Norberto Cysne Coimbra e Hélio Rubens Machado, além da doutoranda Ana Carolina Medeiros (FMRP), todas da USP em Ribeirão Preto.

O item Comparison between Cannabidiol and Fluoxetine effects on chronic neuropathic pain and depression comorbid in rats está disponível on-line e pode ser lido aqui.

**Por Jornal da USP

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