Canabidiol, Cannabis Medicinal, CBD

uma mãe, sua filha e a força da cannabis no tratamento do autismo

uma mãe, sua filha e a força da cannabis no tratamento do autismo

Era para ser unicamente mais um projeto de pesquisa. Mas nasceu porquê um desabafo profundo do coração de uma mãe. Uma resposta amorosa às dores silenciosas de quem caminha no mundo com um cérebro que sente tudo demais e que, tantas vezes, é mal percebido.

Foi logo que nasceu o Alticam, projeto de pesquisa da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu, coordenado pela professora Micheline Donato. A inspiração? Sua filha, hoje com 25 anos, diagnosticada com autismo suporte 1 unicamente na vida adulta, depois anos de erros diagnósticos, tratamentos ineficazes e sofrimento embatucado.

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Micheline Donato, professora e pesquisadora do Laboratório de Cannabis Medicinal e Ciência Psicodélica – UNILA/ Foz do Iguaçu-PR | Foto: Divulgação

“Esse projeto surgiu por tudo que vivi com ela. Desde os cinco anos, ela foi tratada com base em diagnósticos equivocados. Só aos 21 anos, um psiquiatra finalmente enxergou o que ninguém via”, conta Micheline, com a serenidade de quem conhece a dor, mas aprendeu a transformá-la.

A pesquisa, desenvolvida no Laboratório de Cannabis Medicinal e Ciência Psicodélica (LCP), investigou os efeitos do óleo full spectrum de cannabis em adultos com transtorno do espectro autista (TEA). Foram 14 participantes, entre eles homens e mulheres, que representaram, cada um à sua maneira, a pluralidade da neurodivergência.

Nos primeiros 30 dias de tratamento com o óleo de 3000 mg, os resultados apareceram porquê flores depois uma longa seca: melhora do sono, da impaciência, da socialização e da restrição nutrir. “Tivemos uma redução de quase 28% nos sintomas observados. A cannabis floresce esperança onde os tratamentos convencionais já falharam tantas vezes”, afirma a professora.

Mulheres que sentem demais

Micheline se emociona mormente ao falar das mulheres da pesquisa. “Elas relataram sofrimento ainda mais profundo. O mascaramento, o chamado masking, fez com que passassem a vida tentando se adequar, invisibilizadas. Com o uso da cannabis, houve melhora na auto e heteroagressividade, no humor, na ruminação dos pensamentos. Elas finalmente conseguiram se enxergar com mais transparência”, pontuou a pesquisador.

A mãe lembra que, mesmo nos estudos sobre TEA, há um apagamento dos sintomas femininos. E isso torna o diagnóstico tardio ainda mais cruel. “O que parece uma depressão que nunca passa, uma impaciência sem nome, um surto que ninguém compreende… pode ser autismo.”

Mais do que remédio: um ajuste fino da espírito

Com mais de 24 anos dedicados à ciência, Micheline afirma com persuasão: a cannabis medicinal é uma instrumento tecnológica do século 21. Não unicamente por suas propriedades químicas, mas por sua capacidade de reequilibrar um sistema que a medicina ocidental negligenciou por décadas, o sistema endocanabinoide. 

“O preconceito e a proibição da vegetal atrasaram a ciência. Exclusivamente 2% dos médicos no Brasil prescrevem cannabis hoje. Estamos correndo detrás de um prejuízo histórico. Mas eu acredito: estamos no caminho visível”, esperança.

Os efeitos colaterais observados no estudo, porquê náuseas e perda de gosto, desapareceram depois a primeira semana de uso. E os benefícios se estenderam para além dos dados estatísticos: os pacientes relataram mais concentração, menos tristeza, menos irritabilidade, mais crédito para se discursar. Um respiro, finalmente.

Cannabis e Autismo: Uma ponte entre dois mundos

Micheline tem se tornado uma ponte entre a ciência e a vida real. Seu estudo foi premiado em congressos nacionais e será apresentado agora em julho na International Society of Cannabis Research (ICRS), nos Estados Unidos, um feito inédito para uma brasileira com pesquisa clínica feita no Brasil sobre TEA em adultos.

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A luta pessoal da pesquisador virou uma pesquisa que atingirá outras mães e famílias | Foto: Registro Pessoal

“Sou a primeira brasileira a apresentar esse tipo de estudo nessa sociedade, que reúne os cientistas que mapearam o sistema endocanabinoide. Isso mostra o quanto nossa pesquisa é relevante.” 

E porquê mulher, mãe e pesquisadora, ela fecha com um recado pleno de gratidão: “A cannabis revolucionou a vida da minha filha. Reduziu o uso de outras medicações, melhorou a qualidade de vida dela, sua autopercepção e sua autorregulação. E é isso que espero poder levar a outras mães, outros filhos, outros adultos que viveram invisíveis por tanto tempo. Estou cá para ser ponte. Com carinho, com ciência e com paixão”.

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