Canabidiol, Cannabis Medicinal, CBD

USP estuda o CBD no tratamento do Burnout em cuidadores

USP estuda o CBD no tratamento do Burnout em cuidadores

Eles acordam cedo, fazem o moca, dão banho, preparam as medicações, medem a pressão, escutam histórias repetidas, acalmam dores e acalentam silêncios. Cuidam porquê se fosse o coração que estivessem segurando entre as mãos. Mas quem cuida de quem cuida?

No Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, uma pesquisa inédita começa a buscar respostas. Pela primeira vez, o canabidiol será estudado porquê provável tratamento para o Burnout em cuidadores de idosos. Um passo quebradiço e necessário em direção a uma ciência mais empática e a um país que precisa, com urgência, olhar para quem sustenta o zelo invisível.

Burnout: Um estudo que escuta quem quase nunca é ouvido

A pesquisa, aprovada pelo Comitê de Moral da USP e realizada em parceria com a Ease Labs, integra o Programa PACCE (Programa de Aceleração de Conhecimento Canabinoide). A proposta é calcular, por quatro semanas, os efeitos de 300 mg diários de canabidiol (CBD) em cuidadores, tanto profissionais quanto familiares, de pessoas idosas com cimo intensidade de subordinação.

Além dos indicadores de exaustão emocional e despersonalização, os pesquisadores também querem entender se o CBD pode aumentar a empatia desses cuidadores. O estudo será duplo-cego, com placebo e comitiva rigoroso. No núcleo da investigação está uma pergunta simples, mas poderosa: seria provável ajudar quem carrega, todos os dias, o peso e a ternura do envelhecimento alheio?

Dados do Burnout no Brasil 

 

Por fim, onde habita esse problema muitas vezes sombrio? No Brasil, muro de 30% das pessoas ocupadas — ou seja, que estão ativas profissionalmente — sofrem de burnout, segundo dados da Associação Vernáculo de Medicina do Trabalho (Anamt) . Isso representa quase 1 a cada 3 trabalhadores.

 

Outras estimativas, incluindo relatos de especialistas, sugerem índices ainda maiores: estimativas apontam que até 40% das pessoas economicamente ativas no país convivem com sinais da síndrome, embora muitas não sejam formalmente diagnosticadas, de harmonia com publicação do portal RH Pra Você.
 

Em 2023, o Instituto Vernáculo do Seguro Social (INSS) registrou 421 afastamentos por burnout, um aumento de 136% em relação a 2019 — embora esse número represente somente os casos que resultaram em licença médica supra de 15 dias . E  entrevista ao Diva Cast, a jornalista Izabella Camargo compartilhou sua experiência com o Burnout, em uma incidente devotado à saúde mental. Assista agora! 

 

O que diz o técnico?

 

 

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O psiquiatra José Diogo Ribeiro de Souza na apresentação do seu doutorado que teve porquê tema: Burnout e CDB | Foto: Registro Pessoal

Convidamos o médico psiquiatra José Diogo Ribeiro de Souza, doutor pela USP de Ribeirão Preto e referência vernáculo no estudo dos canabinoides, para comentar a relevância do estudo. Com mais de uma dezena de atuação em pesquisas clínicas, ele compartilha sua experiência com a serenidade de quem sabe que ciência também é escuta. “Cuidadores, remunerados ou não, são frequentemente invisíveis nas discussões sobre saúde mental. Estima-se que entre 40% e 70% deles apresentem sintomas significativos de impaciência ou depressão. E muitos enfrentam tudo isso sem pedestal estruturado”, pontua José Diogo.

Segundo ele, o burnout, fenômeno associado ao esgotamento físico e emocional,  pode ser somente a ponta do iceberg. “Durante meu doutorado, acompanhei profissionais da risca de frente na pandemia. A exaustão era visível, a angústia manente. É uma veras que se repete entre cuidadores de idosos. E o impacto vai além da saúde de quem cuida: afeta diretamente a qualidade do zelo oferecido”, explica o psiquiatra.

Canabidiol para tratamento do burnout: promessa ou verso?

A pergunta que paira no ar é: por que o CBD? E o que o diferencia de outros tratamentos? José Diogo responde com precisão: “o canabidiol tem sido estudado por possíveis efeitos ansiolíticos e apresenta um perfil de segurança considerado favorável. Ele não substitui os tratamentos convencionais, mas pode ser uma escolha complementar para casos específicos, mormente quando há sintomas persistentes ou efeitos adversos com medicamentos tradicionais”.

Ele também lembra que o burnout, apesar de legitimamente reconhecido, não é um transtorno psiquiátrico, mas sim um fenômeno ocupacional. “Os sintomas muitas vezes se confundem com quadros de impaciência ou depressão. Por isso, toda abordagem deve ser cuidadosa, com avaliação clínica criteriosa. O CBD pode ser um caminho a ser explorado, mas sempre com base em evidências”.

A ponte entre estudos: da pandemia ao zelo com idosos

A expertise de José Diogo com profissionais da saúde durante a pandemia oferece uma base sólida para essa novidade lanço de investigação. “Fomos pioneiros ao calcular os efeitos do CBD em profissionais da risca de frente. Com 120 participantes, observamos redução significativa nos sintomas de impaciência e depressão em seguida quatro semanas de uso. Os métodos foram rigorosos, os dados, promissores”, diz.

Essa experiência, segundo o pesquisador, pode contribuir diretamente com o novo protocolo da USP. “São grupos diferentes, mas com semelhanças importantes: trouxa emocional intensa, rotina extenuante e pouca rede de pedestal. O que aprendemos ali pode orientar novas estratégias para quem cuida de idosos: uma população que precisa urgentemente de atenção”.

Moral, ciência e responsabilidade: os três pilares da mudança

Diante dos preconceitos que ainda envolvem o uso da cannabis medicinal, José Diogo é enfático ao falar sobre o compromisso ético. “O uso terapêutico da cannabis, mormente do CBD, ainda carrega muito estigma. Por isso, o rigor metodológico é precípuo. Nosso estudo seguiu todos os protocolos: aprovação moral, instrumentos validados, transparência nos dados e separação entre ciência e interesses comerciais”.

Ele também destaca que o CBD utilizado em pesquisas clínicas é só, sem os efeitos psicoativos do THC. “Trata-se de um formado que precisa ser tratado com a mesma responsabilidade de qualquer outro medicamento. A ciência é o que deve guiar o debate, não o preconceito”, indaga.

Um passo quebradiço em direção ao zelo coletivo

Enquanto cuidadores seguem enfrentando o cansaço, a solidão e a falta de suporte, a ciência abre uma novidade janela. O estudo da USP pode não ser uma resposta definitiva, mas é um gesto de escuta. E escutar, por fim, já é um ato de zelo. “Investir em ciência é investir em qualidade de vida”, diz Flávia Guimarães, da Ease Labs.

E talvez, ao cuidarmos melhor de quem cuida, estejamos também escrevendo um novo capítulo da saúde mental no Brasil. Um capítulo onde a empatia não é somente um ideal, mas uma prática cotidiana, sustentada por afeto, pesquisa e responsabilidade.

Confira secção do episódio #02 do Deusa Cast que trouxe o tema Cannabis medicinal e SAÚDE MENTAL com Izabella Camargo e Dra. Juliana Sudário. 

 

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