Marcha da Maconha levanta pauta antiproibicionista na Beira Mar

Os manifestantes se deslocaram neste domingo, 25, pela avenida Extremo Mar em 17ª edição do ato em Fortaleza, defendendo a legalização da cannabis

A concentração de manifestantes na estátua da Iracema Guardiã, localizada na avenida Extremo Mar, atingiu o seu vértice às 16h20 neste domingo, 25, em Fortaleza. O horário não foi por possibilidade: em sua 17ª edição, a Marcha da Maconha iniciou com um meneio à numeração 4/20, associada ao uso da vegetal.
O deslocamento dos participantes leva o debate sobre a descriminalização da cannabis no Brasil até a Extremo Mar, um dos cartões-postais da Capital, permeado de turistas e fortalezenses no final de semana. É ali, cruzando o calçadão da avenida, que os manifestantes denunciam as pré-concepções atreladas à maconha.
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que streaming. É arte, cultura e história.
“O que incomoda, principalmente essa galera hipócrita, não é o que estão fumando, mas é a roupa que a galera tá usando. É a chinela que a galera está vestindo, é o chapeuzinho aba reta, é o skate… é a cor da pele que incomoda, não é o seu uso”, reflete Lígia Duarte, uma das organizadoras do evento.
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“Cá é a cultura periférica pulsante, a galera veio de todas as partes. Inclusive, essa maioria, essa escol política, nunca vai acessar”.
Duarte, que também é militante da Rede Pátrio de Feministas Antiproibicionistas (Renfa), revela que na edição anterior, em 2024, a participação estimada foi de 5 milénio a 7 milénio pessoas, número que deve ser ampliado em 2025.
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Aproximação medicinal
Aos que participam pela primeira vez, porquê Bruna Barbosa, 26, a presença na Marcha da Maconha simboliza a chance de ampliar o acesso medicinal à planta. “Desde 2019, virei paciente canábica. Tanto eu, quanto meu rebento”, explica.
A decisão foi motivada por dores crônicas causadas pela fibromialgia, no caso de Bruna, além do Transtorno do Espectro Autista (TEA) de ambos.
“Ver que meu rebento ou teria essa saída, de tomar o óleo, ou teria que ser vítima desses remédios de impaciência que eu tomo desde os meus 11 anos, que têm diversos efeitos colaterai. Portanto, hoje eu vim não só por mim, mas pelo meu rebento”, diz.
Para o presidente da Associação Escola Cannábica do Ceará (ECC), Lucas Mateus, 34, a participação na Marcha oferece a chance de trazer informações às pessoas que ainda não conhecem os benefícios da cannabis e seu uso medicinal
“A gente discutiu neste ano em trazer a informação para as pessoas. Sabemos que o preconceito é justamente um julgamento sem conhecimento. Portanto, a gente decidiu informar as pessoas mais ainda”, revela.
Em 2008, Lucas conta que sofreu um acidente de moto. “Eu bati a minha cabeça fortemente e tive convulsões. Depois de ter tentado diversos remédios cá no Brasil, não tive nenhum vitória”, informa.
Em 2017, já em tratamento com cannabis de forma caseira e notando a melhora, foi até o Uruguai para se individuar no cultivo e extração da cannabis medicinal. Ao retornar, graças a amigos que eram advogados e médicos, decidiu entrar com um habeas corpus para o cultivo rendeiro.
No cláusula 2º, parágrafo único, da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas), aponta-se que a União pode autorizar “o plantio, a cultura e a colheita (…), exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em lugar e prazo predeterminados, mediante fiscalização”.
Marcha pela Maconha: na luta antiproibicionista, vale até ‘palhaçada’

, Estefania Velez (esq.), Victor Oliveira (meio) e Gino Fonseca (dir.)

FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL- 25..05..2025: Marcha da Maconha. (Daniel Galber/Próprio para O POVO)

FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL- 25..05..2025: Marcha da Maconha. (Daniel Galber/Próprio para O POVO)

FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL- 25..05..2025: Marcha da Maconha. (Daniel Galber/Próprio para O POVO)

FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL- 25..05..2025: Gino fonseca , palhaço Sei La. , 28 , argentina, Estefania velez. Palhaca coragem. 33 – Colombia, Victor oliveira, 28 palhaço .Marcha da Maconha. (Daniel Galber/Próprio para O POVO)

FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL- 25..05..2025: Marcha da Maconha. (Daniel Galber/Próprio para O POVO)

FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL- 25..05..2025: Fatima. Marcha da Maconha. (Daniel Galber/Próprio para O POVO)

FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL- 25..05..2025: Marcha da Maconha. (Daniel Galber/Próprio para O POVO)
No meio da plebe, o artista Victor Oliveira, 28, é o representante brasílico de uma pequena “trupe” de palhaços que entretém os transeuntes. O trio é completado pela colombiana Estefania “Coragem” Velez, 33, e pelo prateado Gino “Sei Lá” Fonseca, 28.
“Geralmente a gente sempre ‘cola’ cá no movimento da marcha, sempre quando tem”, diz Victor. “Só que aí eu porquê palhaço, nesse ramo que eu estou atualmente, tem umas companhias, outros palhaços que trabalham junto”.
Nesse momento, Estefania interpela — “É o libido de recrear”. O colega brasílico assente, antes de aumentar: “A gente aproveita o momento de protesto, dessa luta, também para folguedo, né? Ao mesmo tempo, para além de recrear, também criticamos”.
Quando a entrevista termina e o trio sai pela avenida, o firmamento começa a comprar uma coloração acinzentada. A promessa de chuva é cumprida por volta das 17 horas, e os primeiros pingos são acompanhados por uma vento que bagunça os cabelos – mesmo assim, a marcha continua.
Abrigo em um sombra de praia com os amigos, esperando a chuva passar, é a assistente social e designer de Tendência Naylla Costa, 26, que sintetiza os desafios da Marcha da Maconha: “Mesmo que as pessoas não estejam cá, elas estão no cocuruto dos prédios, fumando”.
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