Pode usar cannabis e ser pai? Veja o que a ciência diz

Durante anos, quem consome cannabis, mormente os homens, convive com uma nuvem de incerteza sobre os efeitos da vegetal na fertilidade. Um dia, ela é aclamada porquê afrodisíaca, intensificadora de orgasmos e aliada da libido. No outro, é apontada porquê vilã da fertilidade masculina, relacionada à queda na relato de espermatozoides, disfunções hormonais e até disfunção erétil. Finalmente, quem está com a razão?
A resposta é simples e, ao mesmo tempo, complexa: a ciência está em construção.
E foi justamente essa ciência, com sua natureza evolutiva, que trouxe um novo olhar sobre o tema. Um estudo recém-publicado pela Andrology, desenvolvido pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston, analisou a qualidade do sêmen de quase milénio homens em idade fértil, todos tentando engravidar com suas parceiras, e concluiu um pouco que contraria teorias anteriores: o uso atual de cannabis não está significativamente associado à qualidade do sêmen.
Ciência que acolhe, não que assusta
Os pesquisadores avaliaram mais de 1.600 amostras de sêmen e cruzaram os dados com o uso de cannabis dos participantes. Tapume de 23% deles relataram usar a vegetal com frequência e 3% diariamente. Ainda assim, os principais indicadores de fertilidade, porquê concentração de espermatozoides, motilidade e relato totalidade, não apresentaram diferenças relevantes entre usuários e não usuários.
Esse resultado vem na contramão de estudos anteriores, porquê os de 2015, 2020 e 2021, que chegaram a associar o consumo frequente da vegetal a alterações na produção hormonal e à redução da qualidade seminal. A diferença? Desta vez, a pesquisa foi mais criteriosa, controlando uma série de variáveis porquê o IMC, o uso de tabaco e até a frequência ejaculatória que, sozinhas, também influenciam a fertilidade.
Ou por outra, o estudo foi feito com casais reais, que estão de traje tentando conceber, e com uso de kits de coleta de sêmen validados cientificamente, o que confere um proporção de confiabilidade importante aos dados.
Não é uma resposta definitiva. Mas é um respiro.
Não se trata de ignorar os estudos anteriores, muito menos de romantizar o uso da cannabis. O que leste novo oferecido nos oferece é a possibilidade de continuar investigando com menos terror e mais nuance. Finalmente, a vegetal interage com o sistema endocanabinoide que também atua nos testículos e no eixo hormonal, portanto, sim, há razão para manter o radar ligado. Mas isso não precisa vir escoltado de pânico moral ou conclusões apressadas.
O uso adulto e medicinal da cannabis está cada vez mais presente na vida das pessoas. E com ele, crescem também as perguntas. Será que posso usar e ainda ser pai? Será que estou comprometendo meu horizonte reprodutivo? Será que preciso escolher entre prazer e responsabilidade?
A boa notícia é que a ciência está fazendo seu trabalho. Questionando, testando, contradizendo a si mesma. E isso é ótimo. Porque quando falamos em saúde reprodutiva, não estamos somente falando de números no microscópio, mas de sonhos de paternidade, de vínculos afetivos, de corpos que querem viver com qualidade e autonomia.
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