Canabidiol, Cannabis Medicinal, CBD

Em animais, efeitos do canabidiol variam entre sexos e são influenciados por ciclo reprodutivo

Em animais, efeitos do canabidiol variam entre sexos e são influenciados por ciclo reprodutivo

Para calcular as respostas comportamentais relacionadas ao pânico, os ratos foram expostos a um envolvente com baixa disponibilidade de oxigênio (hipóxia), desencadeando comportamento de fuga, caracterizado pelos saltos.

Os resultados mostraram que as fêmeas no diestro apresentaram uma resposta muito mais intensa em confrontação aos machos e às fêmeas em proestro. O tratamento com canabidiol não alterou a resposta dos machos e das fêmeas em proestro, mas reduziu o comportamento relacionado ao pânico nas fêmeas em diestro.

Nos testes com camundongos, a hipóxia foi substituída pela exposição a altas concentrações de CO2 para induzir respostas defensivas (saltos) relacionadas ao pânico.

Porquê resultados, observaram que tanto machos quanto fêmeas apresentaram saltos não direcionados, indicando tentativa de fuga semelhante à observada nos ratos. No entanto, dissemelhante dos ratos, não houve influência da período do ciclo estral na resposta comportamental das fêmeas.

Com relação aos efeitos do CBD, os camundongos fêmeas necessitaram de doses significativamente mais altas para responder ao tratamento em confrontação às fêmeas de ratos. Os camundongos machos, por outro lado, não apresentaram resposta ao canabidiol, mesmo em doses elevadas.

A pesquisadora aponta uma verosímil explicação para essas diferenças no impacto do ciclo estral entre as espécies: “Nas ratas, a concentração de progesterona cerebral varia de forma paralela às flutuações plasmáticas durante o ciclo estral. Em camundongos fêmeas, por outro lado, os níveis de progesterona no cérebro seguem um ritmo circadiano quotidiano dentro do ciclo estral, aparentemente independente das variações na progesterona plasmática”.

Preterição da variável sexual em pesquisas

Paloma diz que a carência da consideração de variáveis sexuais em estudos científicos é um problema significativo. “Estudos que não levam em conta o sexo dos indivíduos podem resultar em uma compreensão inadequada da fisiopatologia das doenças e em tratamentos menos eficazes.”

Segundo a pesquisadora, historicamente, a maioria dos estudos pré-clínicos e clínicos priorizou indivíduos machos devido ao maior controle de variáveis que influenciam nos resultados, já que as fêmeas apresentam flutuações hormonais significativas. No entanto, a ciência tem avançado na direção de incluir fêmeas nas pesquisas e considerar a influência dos ciclos hormonais nos resultados.

Paloma destaca que, ainda assim, a vácuo de gênero nos estudos biomédicos persiste. Uma revisão de 2016 que analisou 57 ensaios clínicos randomizados constatou que somente 39% recrutaram homens e mulheres em proporções iguais, e destes somente 20% examinaram possíveis diferenças relacionadas ao sexo.

Essa negligência pode ter impactos diretos na segurança de medicamentos já que estudos indicam que as mulheres têm maior propensão a suportar reações adversas a medicamentos já aprovados.

“Para emendar essa deficiência, o National Institutes of Health (NIH) dos EUA implementou políticas em 2014 exigindo o uso equitativo de machos e fêmeas em estudos pré-clínicos e esta diretriz tem sido paulatinamente adotada em várias partes do mundo, inclusive no Brasil ”, relata.

 

(*) Estagiário sob orientação de Rita Stella



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